A campanha eleitoral em Aparecida de Goiânia trouxe à tona uma estratégia política que, embora não surpreenda, certamente levanta questões sobre lealdade e coerência. Alcides Ribeiro (PL), líder nas pesquisas, optou por distanciar-se do atual prefeito Vilmar Mariano (UB), seu aliado político no município. Essa decisão parece ser motivada pela baixa aprovação da gestão de Vilmar, que amarga uma avaliação positiva de apenas 38,2% entre os aparecidenses.
O distanciamento, inicialmente sutil, tornou-se evidente com o início oficial da campanha. Alcides, que anteriormente aparecia ao lado de Vilmar durante a pré-campanha, agora evita ser visto ao lado do prefeito, tanto em eventos públicos quanto nas redes sociais. A última vez que os dois estiveram juntos foi em 20 de agosto, durante o lançamento de candidaturas a vereador, mas, significativamente, Alcides não compartilhou essas imagens em suas plataformas digitais. Esse comportamento revela uma estratégia clara: Alcides pretende desvincular sua imagem da de Vilmar para evitar o desgaste político que a baixa popularidade do prefeito pode trazer.
A situação é agravada pelo histórico de atritos entre os dois. Vilmar, em resposta a pressões da campanha de Alcides, exonerou mais de uma centena de servidores municipais que não estavam alinhados com o PL. Esse movimento, embora fosse uma tentativa de demonstrar apoio ao candidato, acabou gerando ainda mais desgaste para Vilmar, que se viu isolado em sua própria base política. O prefeito, que durante a pré-campanha atuava na linha de frente ao lado de Alcides, agora se encontra relegado ao segundo plano, um exemplo claro de como alianças políticas podem ser descartadas quando deixam de ser convenientes.
Essa estratégia de Alcides, embora pragmática, levanta questões sobre os valores que guiam sua campanha. Ao ignorar Vilmar, Alcides não apenas demonstra uma falta de solidariedade para com um aliado que o apoiou na pré-campanha, mas também revela uma preocupação excessiva com a preservação de sua imagem pública, em detrimento de manter a coesão política em Aparecida de Goiânia. Essa atitude pode ser interpretada como uma tentativa de ganhar votos a qualquer custo, mesmo que isso signifique abandonar quem esteve ao seu lado.