Economia

Facilidade de aquisição contribui para alta de financiamentos imobiliários

De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), os financiamentos imobiliários com recursos da poupança (SBPE) somaram R$ 18,79 bilhões no último mês de julho. Nos primeiros sete meses de 2021, o montante financiado somou R$ 115,83 bilhões, com alta de 113,8% em relação a igual período de 2020. Só neste ano, foram financiados um total de 499,12 mil imóveis, resultado 152,7% superior em comparação ao ano anterior. Nos 12 meses até julho de 2021, o volume financiado com recursos do SBPE somou R$ 185,64 bilhões, aumento de 100,8% em relação ao período anterior.

Em Goiás, pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO), realizada pela Brain Inteligência Estratégica, no primeiro semestre de 2021, aponta que a quantidade de unidades lançadas disparou mais de 50% em relação ao mesmo período de 2020: foram disponibilizadas 3.501 propriedades contra 2.330 lançadas no ano anterior. Em Volume Geral de Vendas (VGV), o aumento chegou a 175%, saltando de R$ 785 milhões para R$ 2,156 bilhões, ou seja, quase o triplo.

A alta demanda  e a facilidade de financiamento imobiliário são fatores que estimulam a confiança das empresas do setor a fazer novos investimentos. Um exemplo é a Realiza Construtora originária da Uberlândia, que chega a Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, com imóveis econômicos para atender a demanda primária da região do Garavelo, bastante consolidada e adensada.

A empresa, já está presente nos estados de Goiás (Anápolis, Rio Verde e Itumbiara), Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, contabilizando cerca de 25 mil unidades comercializadas em todo o país, sendo aproximadamente três mil em Goiás. Para o diretor executivo da Realiza, José Humberto do Nascimento Júnior, a chegada da empresa se deu inicialmente por cidades do interior pois havia uma demanda reprimida de mercado, que ele considerava muito latente.

Para atender a esse nicho específico a empresa aposta no desenvolvimento de projetos de médio padrão, porém com facilidade de aquisição pelo cliente. Segundo José Humberto, apesar de não entrarem em projetos como o Casa Verde Amarela e Minha Casa Minha Vida, os imóveis econômicos da construtora têm financiamento pela Caixa Econômica Federal.

Segundo ele, o novo empreendimento a ser construído em Aparecida de Goiânia, é o que chamam de econômico de médio padrão. “Apesar de estarem fora dos programas, ainda tem valores muito atrativos, além de ótimas condições de espaço e conforto. Os apartamentos variam entre R$ 210 mil e R$ 260 mil”, afirma José Humberto.

O diretor da  da URBS Imobiliária, Ricardo Teixeira, empresa que será responsável pela comercialização do projeto, observa que a demanda para o mercado imobiliário é muito grande e, mesmo durante o tempo em que os juros do financiamento estavam acima de dois dígitos, a movimentação de compra e venda já era alta. Por isso, as novas taxas não devem atrapalhar a comercialização do empreendimento.

“Mesmo com o aumento da Selic, historicamente, ela continua sendo um percentual baixo, assim como as taxas do financiamento imobiliário. A repercussão nas compras de imóveis não será intensa”, diz Ricardo Teixeira. Atualmente, a taxa Selic está em 6,25% ao ano, mas estava em 2% em janeiro de 2021

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